MARES DE PERNAMBUCO E BAHIA

MARES DE PERNAMBUCO E BAHIA

 

Estive uns dias à beira do mar,

É que o destino eu procurava,

Era em Pernambuco e além mar,

Mas também lá havia a Bahia.

 

Diante de Fernando de Noronha,

Ou de Abrolhos com as baleias,

Vi seu olhar cheio de peçonha,

Um dragão do mar e as sereias.

 

E logo ali fui de hipnoses,

E me afogar foi meu destino,

Mas tive o sonho com as vozes,

E vi um esquife em verde limo.

 

São pesadelos de um passado,

Como nas guerras medo-persas,

Que já me lembro um condenado,

Em novas guerras tão diversas.

 

Hoje eu tenho no fim da Europa,

Uma Ucrânia contra a Rússia,

E no oriente o fuso e a roca,

Com a Palestina ante a astúcia.

 

Eu vejo a busca de uma desculpa,

Pois só assim começam as guerras,

Seja Tróia, que Agamenon insulta,

Como álibi de querer suas terras.

 

E no embalo de marés e ondas,

Sobra o amor de Páris e Helena,

Ou até mesmo que me respondas,

Se foi Romeu que se fez lenda.

 

Foi nesse jogo entre os mares,

Que um país se viu em guerra,

Se o cramulhão não tem lugares,

E quer a todos quando enterra.

 

Então, ressurgem os genocidas,

Seja com Leopoldo ou Netanyahu,

Os quais não são quem me trucida,

Mas dão as ordens aos Estados.

 

E sob o manto de cunho divino,

Matam, esfolam ou se alegram,

Escolhem os fracos em desatino,

Que estão feridos ou putrefam.