O garoto e o velho senhor

 

A manhã era de sol e de temperatura amena. Um banco 
de jardim em um belo e velho jardim de rosas.
Por ali ficaram sentados por um longo e dilatado tempo, 
até que chegassem os últimos minutos daquela linda 
manhã.
Conversaram o velho senhor e o pequeno garoto. 
Conversaram sobre tudo. Sobre tudo que se fosse 
possível transmitir e sobre tudo que se fosse possível 
absorver.
Uma voz interrompe a conversa: “Vamos garoto!”. E a 
resposta vem de imediato: “Espere um pouco mais”.
E assim se fez. Por mais um tempo, porém não longo, 
ficaram os dois ali a conversar.
Tempo suficiente para aquele, que mesmo com sua tenra 
idade, se aventurasse em uma pergunta a mais.
“Senhor, para que tenha tanta sapiência e 
discernimento, o senhor deve ter lido muito em sua vida.”
Indaga o pequeno garoto, ansioso à espera de uma 
resposta que solucionasse a sua dúvida. 
“Garoto...“, refletiu o velho senhor antes de continuar, 
“não, eu não li muito. Eu li muito pouco. Talvez, eu 
tenha lido quase nada em minha vida. Porém, o que 
nunca deixei de fazer ao longo dela foi observar, ouvir e 
ponderar.”
Novamente a voz de antes, desta vez mais enfática, 
atalha a conversa entre os dois, induzindo-a ao fim.
“Vamos garoto!”
Levantou-se e se foi.
E o velho senhor ficou ali, simplesmente a observar as 
rosas belas, daquele velho e belo jardim de rosas.

Pericles Tsiloufas
Enviado por Pericles Tsiloufas em 03/11/2023
Código do texto: T7924015
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