FRENESI
Antes de nascerem meus olhos,
já te via
nos úteros das retinas,
límpida,
a se banhar na pureza
das inocentes almas
ainda não seduzidas em teus labirintos.
Te sonhava em noites frágeis,
na lua incipiente,
impaciente
por meus devaneios.
Eu queria tê-la
,invisível,
nos estertores da ilusão,
insones eram as fictícias madrugadas,
insanas tuas oníricas aparições.
Flertei com a desesperança,
enamorei-me de ausências,
mas em todo desatino,
fui ter-me com
o suficiente desaviso
no passado e futuro que se imiscuiam
na medida exata
para te perder
e te achar presente
no infinito esconderijo
que roubastes de mim.