Sorte
Há um sopro de vida
Que a essa alma moribunda
Entre noites de delírio
Por febre ardente
Ainda a alimenta
Por ser essa a minha sina
Viver em olheiras e dor profunda
Mergulhada no frio
Do que se fez ausente
E por isso de tudo inventa
É torpe dizer o contrário
Negar não resolve nada
Mais vale sentir e falar
Mesmo que aos teus ouvidos
Nunca chegará
Do que viver em silêncio
Na amargura do lamento
Eu, ao contrário
Tudo escrevo e falo
Por isso sou afortunada
Posso nessa vida não ter nada
Mas fui feliz por ter amado
Não penses que por não estar aqui
Essa ausência arruinou qualquer coisa
Simplesmente continuo aqui
Muito te amando
E acredito ser
O amor algo único
Não volta a existir
Se fecharmos a porta
E na penumbra
Nesse quarto a meia luz
Até choro por tua ausência
Mas sei bem o que importa
E te amar é como jóia
Encrustada de lindas pedras
As mais preciosas
Estou moribundo, é verdade
Mas não por causa do amor
E sim por conta da maldade