Sorte

Há um sopro de vida

Que a essa alma moribunda

Entre noites de delírio

Por febre ardente

Ainda a alimenta

Por ser essa a minha sina

Viver em olheiras e dor profunda

Mergulhada no frio

Do que se fez ausente

E por isso de tudo inventa

É torpe dizer o contrário

Negar não resolve nada

Mais vale sentir e falar

Mesmo que aos teus ouvidos

Nunca chegará

Do que viver em silêncio

Na amargura do lamento

Eu, ao contrário

Tudo escrevo e falo

Por isso sou afortunada

Posso nessa vida não ter nada

Mas fui feliz por ter amado

Não penses que por não estar aqui

Essa ausência arruinou qualquer coisa

Simplesmente continuo aqui

Muito te amando

E acredito ser

O amor algo único

Não volta a existir

Se fecharmos a porta

E na penumbra

Nesse quarto a meia luz

Até choro por tua ausência

Mas sei bem o que importa

E te amar é como jóia

Encrustada de lindas pedras

As mais preciosas

Estou moribundo, é verdade

Mas não por causa do amor

E sim por conta da maldade

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 30/10/2023
Código do texto: T7920770
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.