EPÍLOGO
Um dia virá
trará consigo
a lágrima esquecida na alma.
Não haverá hesitação,
simplesmente, de mim,
se apropriará.
Todas as coisas
serão reduzidas
à sua imagem.
Não ousarei
olhar-lhe a face
nada direi — como poderia ?
Sentirei a cumplicidade do vento,
tentarei, em vão,
resgatar algo
que se perdeu de mim.
Chorarei, secretamente,
o pranto dos compungidos.
Me lembrarei daquilo
que o medo me fez esquecer.
Já se faz tarde !
Tão inexorável é o tempo
que nem sequer restou um cândido abraço,
apenas a mão gélida do silêncio
a me acariciar num gesto de adeus.