MINHA SALA EM RIMAS

MINHA SALA EM RIMAS

 

Minha sala precisa de livros,

Como uma alma precisa da fé,

Lá terei mesas de pedra e vidro,

E as poltronas de mães do Axé.

 

Haverão tapetes e almofadões,

Como as redes na minha varanda,

E um palco com três violões,

Uma Bateria, teclado e sanfona.

 

Vamos ter o telão das filmagens,

E um canto para o chá ou o café,

Mas também vou dispor na garagem,

De um carro, lambreta e chofer.

 

Vou montar lá o meu telescópio,

Para a lua e os astros olhar,

Ter máquina de foto e relógio,

Para os que precisem sonhar.

 

Vou querer um breve auditório,

Pra reunir e também atuar,

Onde possamos ter os colóquios,

Sem mentiras expressas no olhar.

 

Nesse lar vamos ter a cozinha,

Junto à copa de mesa e cadeira,

Onde o fogão de lenha se aninha,

Para gerar bom sabor e lareira.

 

Para dias de calor terei árvores,

Como cercas de sombra e de frutos,

Mas nos dias de frio terei arte,

E o deleite de ares mais puros.

 

Só então declamarei em rimas,

O poder do amor que constrói,

Onde as musas falam de estima,

E repõem o que a traça destrói.