A MORTE NÃO É PRÊMIO

A MORTE NÃO É PRÊMIO

 

Até quando haverá lugar para guerras,

Se o que é preciso é consciência materna?

Mas sei que elas cessarão na terra,

Quando a paz que peço for sem caserna.

 

Gostaria que me provassem o contrário,

Que a paz fosse a regra para o amor,

Mas somos as navalhas ante o calvário,

Se a morte é o gozo de um mau senhor.

 

É pena que a morte não seja prêmio,

Senão a daria a quem seja demônio,

Porque Deus nos liberta dos gênios,

Mas o livre arbítrio ainda é sonho.

 

Não sabemos usar essa tal liberdade,

Mesmo depois de sofrer o holocausto,

Se quem sobrevive não quer verdade,

Quando o ódio comunga com Fausto.

 

Quem viu as barbáries da história,

Como nas lendas de velhos soldados,

Bebeu o vinho da paz ou discórdia,

Sabendo qual seu valor desejado.

 

Mas o homem que vive das guerras,

Quase sempre não faz descendentes,

A não ser nos estupros que nega,

Ou pelo sangue entre seus dentes.

 

Hoje vejo um mundo de vampiros,

Mas o sangue é o produto barato,

Basta só explodir sem suspiros,

Cada lar onde a morte é o fato.

 

Só não entendo a loja sem cliente,

Ou vender o que não é necessário,

Como a paz já não sei quem consente,

Se os loucos são nossos corsários.