METAMORFOSE

METAMORFOSE

 

Estamos num estágio de lagarta,

Onde o casulo é nosso futuro,

Mas o mundo lá fora dá cartas,

Que não posso ler no escuro.

 

Ter a casa com a luz acesa,

Talvez me faça enxergar direito,

Mas quem mora só senta à mesa,

Ao buscar a união e o perfeito.

 

Nas cidades também vejo os lugares,

Mas eu devo saber sobre as ruas,

Pois esquinas e praças são lares,

De quem quer a liberdade das luas.

 

Mesmo presas à gravidade planetária,

As luas estão desnudas de atmosfera,

Mas nas reuniões ou nas plenárias,

Elas elegem quem nasce e prospera.

 

Só que as luas servem para todos,

E não deve ter donos ou carrascos,

Pois elas trazem a maré e os botos,

Que seja sem dor, com amor e afagos.

 

Se existimos deve haver um propósito,

Tão divino que não pede a discórdia,

Sem termos guerras e nem sanatórios,

Mas quer todos vivendo em concórdia.

 

Só com a paz haverá um futuro,

Pois eu vi no passado as trevas,

Mas agora já não quero o escuro,

Da caverna que nada me entrega.

 

Já não quero viver vendo sombras,

E me iludir por achar ter razão,

E meu culto é sem arma e marombas,

Pois meu cerne tem melhor versão.

 

A humanidade precisa de metamorfose,

Para se adequar e para sobreviver,

Senão sucumbimos diante à trombose,

Pois sem o que nutre iremos morrer.