Saudade
Por vezes a saudade é tanta
Que sinto vontade
De te ouvir
Te perguntar do teu dia
Como vai teu trabalho
Se ainda andas cansado
Se foi à todos os médicos
De que precisavas
Se fez os teus óculos
Se está satisfeito
Agora com teu peso
Se tuas pernas ainda doem
Ou se foi para a academia
Se tem se alimentado direito
Se ainda dormes tarde
Sobre tua família
Tua irmã e teu pai
Se as coisas melhoraram
Entre você e teu sócio
Se andas mais tranquilo
Se a casa construíram
Enfim…tantas coisas eu queria
Te perguntar, não por curiosidade
Mas para te ouvir
E aplacar a saudade
Mas depois de tudo
Não tenho coragem
À mim ficou claro
Que me querias
Bem longe da tua vida
E talvez até tenhas pensado
Por me julgar louca
Que eu não me afastaria
Mas te enganaste
Mesmo te amando
Eu sei a verdade
E jamais te incomodaria
Muito menos insistiria
Sinto saudade
Mas é no silêncio que pergunto
Não procurarei a ti
Não atrapalharei o teu mundo
Não terei respostas
Ouvir-te, não ouvirei
Meu coração aqui derramarei
Usarei os versos
Como bálsamo santo
Assim eu liberto
A dor que me consome
E mesmo assim
Não direi teu nome
São meus esses versos
Não terá outro dono
É minha saudade
Minha dor
É a minha vida
A verdade incontestável
Guardada a sete chaves