O SER IGNÓBIL

O SER IGNÓBIL

 

O ser humano que é ignóbil,

Atua com um verbo peçonhento,

Porém, disfarça o que é óbvio,

Se a morte lhe serve de alento.

 

Desculpas fascistas são disparates,

Se em nome de Deus, matam e cerceiam,

Falando de famílias, sem mais debates,

Como houvesse um modelo de asseio.

 

Eu lembro de Hitler à porta do templo,

Enquanto ao seu lado estava um cão,

O qual ele acariciava a todo tempo,

Com sua covardia sem ter compaixão.

 

Qual a diferença entre genocidas,

Senão o momento, o corpo e o local,

Cheios de orgulho, como formicidas,

Como se fosse justo matar um igual.

 

Quem vem da Suméria é de Abraão,

Sejam hebreus, árabes ou ateus,

São todos parentes na fundação,

Do modo de vida que se ofereceu.

 

Viver nos desertos ou nas matas,

Andar sob o Sol que define o Pai,

Ou sulcar a terra como primatas,

Mas ela é a Mãe, daqui ao Sinai.

 

Não somos os donos dessas terras,

Nem levamos ouro ao cruzar portais,

Se o tempo comum sempre encerra,

E a luz talvez doe um dia a mais.

 

Não há mais terreno pra idolatria,

Pois toda terra é um colo de vida,

Que não admite certas heresias,

Ou dogmatismo, tutelas e brigas.

 

E, assim, foi o tempo dos egípcios,

Como passou o lapso greco-romano,

E também vou lembrar dos fenícios,

Ou de Tróia sucumbindo ao engano.

 

Então, vão passar os americanos,

Pois eles dizimaram até os apaches,

Se a espada que mutilou os romanos,

Mata alguém em Negueve ou Mohave.