Sonho
A vida é de fato algo intrigante
Buscamos a felicidade
Mas dela nos distanciamos
Escolhas erradas
Orgulho a toa
Damos mais importância
A opinião de outras pessoas
Desistimos
Nos afastamos
E pelos cantos
Seguimos chorando
Enquanto um desiste
E o outro ainda insiste
Nos apegamos em detalhes
E fazemos força
Para ao outro não perdoar
Ao contrário
Fazemos tudo para o machucar
Dizemos o que não sentimos
O que sentimos negamos
Tudo para ferir
E o outro vai se afastando
Até que à ele se diz
Que não há mais chance
Que foi ele o culpado
De tudo ter acabado
Mediante a tanto
O outro não vê mais como
Continuar lutando
Por alguém que finalmente
Usou bem as palavras
O fazendo crer
Que no outro não existe mais nada
Segue então por outro caminho
No peito, coração sangrando
E bem lá no fundo
Ainda segue acreditando
Ser apenas um tempo
Que depois o verá voltando
Dizendo que o que disse
Eram apenas palavras
Que estava infeliz
E a verdade é que ainda amava
E enquanto seguia
Volta e meia voltava
Olhava para trás
Mas mais nada encontrava
O outro havia seguido
Por outro caminho
Já não se importava
Eram reais as palavras usadas
E a vida segue…não pára
Feliz ou infeliz
Também quem ouviu as palavras, precisava
Continuar seu caminho
Mesmo com o coração
Deixado naquela estrada
E quanto mais o tempo passava
Mais triste ficava
Seguia mas o fazia porque nada lhe restava
Da felicidade
Tudo que se lembrava
Eram os momentos
Das brincadeiras
Das risadas
Dos planos e sonhos
Que ficaram abandonados
Junto aquelas duras e frias palavras
Depois daquele instante
Apenas seguia
E a tal felicidade
Que na vida buscamos
Deixou ela o medo
Dela tomar conta
O que o outro vive?
Nada mais ela sabe
A única coisa que guarda
A verdade que lhe foi dita
É que para o outro
Com certeza, ela não é mais nada
E se a vida só nos dá uma chance
Perdeu ela a sua
E nada mais é importante
Hoje segue tentando
Se ocupar com tudo
Tentando não ter tempo
A mente preenchendo
Por isso tudo evita
Tudo que a ele lembra
Buscando dessa forma
Ajudar o tempo
Para que as lembranças
Nela vão se apagando
E quem sabe assim
Esse sentimento vá morrendo
Ainda não foi hoje
Certamente amanhã também não será
Mas quem sabe um dia
Amor e dor deixem de habitar
Nesse pobre coração
Que mesmo longe
Em outros caminhos
Segue triste e sozinho
Todos os dias ao outro amando
E também, quem sabe
Nesse dia
A vida volte a ter
A antiga busca
Que tudo motiva
E faz, de verdade, viver
Ou talvez seja engano
E com o tempo passando
O mundo dê suas voltas
E em uma delas
O destino refaça
O encontro de almas
E nesse dia
Depois de tanta agonia
Nem medo, nem orgulho
Nada mais deixaremos
Que do amor nos afaste
E a verdadeira felicidade
Os dois, juntos, abracem
Em um abraço longo
Onde nossos corpos se encontrem
Em uma unidade
Onde dois corações uníssonos batam
Em um compasso de cumplicidade
É sonho?
Pode ser
Mas como seguir pela vida
Sem um sonho
Sem esperar que um dia
Feliz se possa ser?