Esta sou eu
Sou bem consciente da forma como me vês
As ilusões passadas já não são névoas
Não mais embaçam minha razão
O coração já não é meu guia
Tento todo tempo o manter
Seguro em meu peito, não é mais pássaro que voa
Sou agora como árvore, os pés firmes no chão
Sigo meu destino em minha própria companhia
Transformo-me consoante o chão que piso
Assim não sou pisada por quem não me compreende
É este o meu jeito de ser
É esta a mulher que a tua alma não entendeu
E ainda antes de os teus olhos a terem contemplado
Fez de mim um retalho
Um simples papel rasgado
Depois de um longo no teu silêncio abandonada
Tornei-me o teu nada que nada me fez também
Foi dessa forma que nasceu o eu de agora
Sonhos… deixei-os adormecer
Esta, sou eu, sem tirar nem pôr
Vivo assim, à minha maneira
Vivo ao ritmo do dia a dia
Não escuto a voz do coração
Ouço a música em alto som
Tento fazer com vida uma equação
Que me mostre o caminho certo
Aprendi a moldar o coração
Não lhe permitindo ter a última palavra
A decisão final é sempre da razão
Ensinei-lhe que só devemos compartilhar sorrisos
Com quem nos empresta abraços
Que as lágrimas não se dividem
É isso que faz com que se machuque
E isso já não vale
Compartilhar a vida
É se permitir a lâmina
É mais que a carne cortar
Esta, sou eu agora
Descobri um dia que as noites tristes
Irão continuar a serem tristes
Nelas a insônia estará
Onde escutarei os cânticos da minha situação
Darei as mãos a saudade e a solidão
Desenharei a rota certa para o futuro
Onde me manterei em lugar seguro
Quem nunca pecou
Não sabe o que é o amor
Eu pequei no dia que sonhei com a alegria
Que ousei crer que o amor para mim existiria
É com essa desesperança que caminho
Pelos prados da vida
Onde do amor me escondo
Onde a vida precisa ser fria
Para frio manter o coração
Esta, sou a que por desamor nasceu
E assim seguirei sem mais sonhar ou outro amor ter