Ventos
Os ventos sopram forte
Batem em minha face
Enquanto sigo por um caminho
Sem saber se é destino
Ou pura falta de sorte
Já descreio de tantas coisas
Outras nem penso
Vou seguindo por esse vento
Sem nada esperar mais
Quero chegar em regato
Tendo as águas de um riacho
E a face então lavar
Parar por uns instantes
Sentar e apenas olhar
As águas cristalinas
A relva verdinha
O balanço das árvores
Que ao toque do vento
Quase uivam no seus retorcer
Ver os passarinhos voando
Nos galhos pousando
E teus cantos deixando
Serem levados pelo vento
Indo para além do tempo
E depois desse descanso
Erguer meu corpo morto
E a caminhada Voltar a fazer
Para não chegar a nenhum lugar
Mas preciso continuar
Enquanto eu caminho
Já me sinto ser tomada
Pela loucura de minha vida
Que orbita sem ter outro
E solitária segue sendo
Ventos e mais ventos
Entoam meus lamentos
E fico aguardando
Que como levam os cantos
Também carreguem meus sentimentos
Aos ventos abro meus braços
Neles me embalo
Deixo-me que sejam
A minha salvação
Dessa loucura que em vão
Insiste em sobreviver
Dentro do meu coração
Sem esperança ter
Quero o fim do destino
Quero descansar
Quero fechar os olhos
E ser levada, sem quase pesar nada
Por esses ventos