II COLETÂNEA DE VERSOS
(I) N’OUTRAS BOCAS...
Solano Brum
Porque não na boca em vez do rosto
Se nosso amor cresce a cada instante?
Vê! Nossos desejos fazem gosto...
O tempo é apressado e segue avante!
Aproveitemos o momento do sol posto
Vendo o lindo ocaso resplendente!
Pende a cabeça! Confortável encosto
É meu ombro, qual travesseiro quente!
Um corpo adulto, porém, inda menino,
Tentando esconder o fogo repentino,
Tanto assustado quanto cheio de desejos!
Foi o meu primeiro dado em uma boca;
O primeiro a deixar minha libido louca,
E renovar n’outras bocas muitos beijos!
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(II) LEMBRANÇAS
Solano Brum
Naquele tarde, dei-te o primeiro beijo
Depois, todos que havia na tua boca!
Deixaste-me... Pelo tempo que não a vejo,
A lembrança faz min’alma ficar louca!
No Outono, muitas cores no entardecer;
O sol guarda o melhor de si como magia!
Igual beijo eu jamais pude esquecer
Daquela tarde em que busquei a fantasia!
E eu vivo nessa malha do passado
Como quem, de um crime, condenado,
Se outros tantos tu os deste por paixão!
Ah! Bendito dia que nos encontramos!
Se quem ama, jamais colhe desenganos,
Porque lembranças me ferem o coração?
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(III) A FELICIDADE
Solano Brum
Ah! Pudesse eu ter a felicidade
E a alegria, vir junto no pacote!
Nesse desejo, a possibilidade
De fazer dela o meu capote!
Dar a rasteira na senhora traição,
Não olhar pra quem não me quer bem!
Querer o “Amor” e nunca a “obrigação”
E ter dos Anjos o glorioso “Amém!”
Mesmo assim, será difícil ser feliz;
Mas, sendo o mundo palco iluminado,
Atuar é preciso se a platéia pede “bis!”
Mostrar a todos minha feição
Serena! Felicidade está no Jesus Amado;
Eu em seu colo ou conduzido por sua mão!
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“Quero amor e não sacrifícios” Oséias 6.6
Pegadas na areia
Poesia enviada a Poetisa IOLANDINHA, em sua última publicação sobre aniversário. Mas ela foi transferida para a Página onde está escrito a ORAÇÃO, poesia publicada há 7 anos em 21/4/2016 - OBRIGADO POETISA.
(IV) C0NDIÇÃO INGRATA!
Solano Brum
É sempre Outono se vens me procurar
Trazendo na boca, beijos sem sabores...
Abro-te a porta; acolho; deixo-a entrar,
Como por amor a te livrar das dores!
É sempre Inverno a estrada dos horrores
Como quem segue o cortejo a chorar...
Cai a solidão sobre meus temores
Enquanto juro nunca te amar!
Mas teu carinho chega e me gasta;
Gasta o coração que nem forças têm
Para dizer o quanto tem sofrido!
Eis o porquê da condição ingrata...
Não questiona nem fala com ninguém
Por ter na vida um amor rendido!
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(V) ESTOU ATENTO...
Solano Brum
Eu não tenho sorriso de boca aberta,
Nem mostro dentes numa fotografia!
Prá não espantar uma pessoa incerta,
Na rua escolho a quem dou “Bom Dia!”
Esses tempos já me são difíceis;
Pouco falo, escuto muito e nada sei!
Coisas doidas chegam imprevisíveis,
Olho e não vejo a pedra que tropecei!
Uma palavra, às vezes, já lançada,
Não tem retorno e ofende a pessoa,
Como um teste a frágil paciência!
Benzo-me, antes da primeira passada;
Ativo a mente pra não deixá-la à toa
E assim me sinto, a largo da demência!
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(VI) DEVERES
Solano Brum
Eu tudo posso e nada me é permitido
Nem faço parte do Universo Liberal! (*)
Quem não tem fé, torna-se um vencido,;
A decisão é tua para o bem ou para o mal!
Ninguém em mim deva se espelhar
Mas nunca por alguém, foi corrigido!
Sou bom pai; Bom avô; Sei perdoar...
Lendo o Salmo 90, vivo protegido!
A vida é simples, basta cumprir as leis;
Ser correto, ser fiel, ter disciplina;
Dar ajuda ao irmão, que seja uns réis!
Não importa na oferta o seu valor...
Em dobro “Terás as Graças Divina, (**)
Como nos disse Jesus Cristo, Nosso Senhor!
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(*) U L – Universo Liberal - pertence a quem tira proveito de tudo;
(**) Oferecer ajuda... Compartilhar
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No trecho acima, a reciprocidade me trouxe a inspiração!
1 Cor 6 vs 12, 13
“Tudo me é permitido, mas nem tudo convém...”
Poesia enviada a DOCE VAL... em 02/10/2023 ao seu texto AMOR E A POESIA
LINDA INTERAÇÃO, COM PRAZER TRANSCREVO-A. OBRIGADO POETA.
"Venha noite, venha dia,
Rede armada, amada rede,
É onde faço a poesia,
Pra matar a minha sede."