(I) COLETÂNEA DE VERSOS

CONFLITOS

              Solano Brum

É muito fácil dizermos “Sim!”

Uma consoante; uma vogal; outra consoante.

O melhor beijo numa boca com carmim...

Bem melhor se nos lábios da amante!

 

Difícil é dizermos “Não!”

Monossílabo amargo, decisivo e derradeiro!

Consulta-se até mesmo o coração

Mas, quem quer punir, já pecou primeiro!”

 

Jesus nos ensinou a perdoar...

Pilatos disse “sim” à opinião pública

E o meu conflito é pelo sim ou pelo não

 

Pois, o que dizer a quem vive a errar,

Já que o perdão, somente se aplica

A quem, de joelhos, o reconhece de coração?

= = = = = =

(II) AS CURAS POR AMOR

                  Solano Brum

Eu me entreguei direto ao teu carinho,

Sem indagar quem tu eras; o que fazias!

Era um perdido; pássaro sem o ninho;

Desorientado; sem teto; mãos vazias!

 

Coração ferido pela ponta d’um espinho,

Minh’alma perambulava p’las noites frias!

Provações d’um destino tão mesquinho

Que me negava até mesmo às alegrias!

 

E eu que me julgava um abandonado,

Convivendo contigo, lado a lado,

Descobri que eras tu a mais perdida!

 

Tal como eu... As dores da ingratidão

Tu as tinhas dentro do coração,

E o grande amor curou nossa ferida!

== = = = = =

Poesia enviada como Interação ao Poeta Jota Garcia, em 303/09/2023 ao seu Soneto ”POR UMA CANÇÃO”

Não temos, no peito, armaduras para as lanças das ingratidões!

 

(III) BANCO DO AMOR

                Solano Brum

Lembro-me de minha mão na sua

E o convite para sairmos a passear!

Lembro-me do sereno cobrindo a rua;

O banco que haveríamos de nos sentar!

 

De um beijo buscando pelo seu beijo,

O luar conivente e a libido louca...

O sangue fervendo, subindo de desejo

Por todo o corpo andando à solta!

 

A ausência da lua sem se despedir;

O caramanchão no espaço sombrio

E um perfume embriagador...

 

Lembro-me... Era ali, num ir e vir,

Fizesse clima quente, ameno ou frio,

Naquele banco a festa era de amor!

= = = = =

Versos como INTERAÇÃO, ao Poeta OLAVO, no dia 28/09/2023, ao seu Soneto APARÊNCIAS VELADAS, de 27/09/2023 – como reedição – VALE APENAS LER DE NOVO.

 

(IV)  O AMOR... A DESVENTURA

                     Solano Brum

...Mas nem tudo na vida é Primavera!

Isso, Diotima não discorreu a Platão!

Sobre o sublime, é sol que reverbera

Mas, omitiu a ponta fina do aguilhão!

 

“Ele tanto cura quanto mata;

Tanto é doce; quanto fel!”

O tema sobre Eros tinha bravata

Mas na boca da Filósofa vertia mel!

 

E caímos na armadilha desse deus,

Pássaros esfomeados, no alçapão,

Pelos doces lábios da loucura...

 

Ah! Fruto de Afrodite e Zeus!

E eu, porque sabendo, dei o coração

A esse alguém da minha desventura?

= = = = = =

Poesia como Interação ao Poeta Jaco Filho, em 04/10/2023 ao seu texto poético EMOÇÃO VERDADEIRA Interação com a Poetisa Marthamaria

Perdoam-me, pelo modo de não rimar o primeiro verso com o segundo. Fica repetitivo, mas, dizem que são minhas digitais, porém, os dois últimos, eu conservo a beleza da criação de Giacomo de L e popularizado por F Petrarca – mas, não é Soneto!

SUA BELEZA

                      Solano Brum

É linda, perfeita e doce! Mais adjetivo?

Todos eles enaltecem a bela rosa!

A exaltação, sempre é preciso

Falando de amor em verso e prosa!

 

Dentre as deusas, a mais formosa;

A que traz aos meus olhos, lenitivo!

Parece magia a figura venturosa

Para mim, que apaixonado vivo!

 

Sou o tecelão desses adjetivos...

Do delgado corpo, o escultor

Que se deleita por ver os atrativos!

 

Meu coração, para ela é pedestal...

Meus braços, meus beijos, meu calor,

Tudo está além do bem o do mal! (*)

= = = = =

Poesia enviada ao Poeta Jota Garcia em 03/10/2023. INTERAÇÃO

(*) Friedrich Nietzsche

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Solano Brum
Enviado por Solano Brum em 04/10/2023
Reeditado em 22/03/2024
Código do texto: T7901251
Classificação de conteúdo: seguro