Raiz Quadrada no Colarinho do Tempo
Alvoroço passa por entre os dedos
Amores passam pelos olhos negros
Saudades trepidam lá no forte
São vontades ácidas, ocas e castradas,
Doces, suculentas e geladas.
Voos levam-me ao êxtase do tempo
Leva novo sentimento em comoção
Passa pelas mãos todo um mundo
Com olhos inquisidores, frios e inquietos
A querer contabilizar o quê da raiz quadrada.
Carros passam rápidos e atropelam,
Comem com os olhos as incertezas
O relógio roem os dias lentos e displicentes
Enquanto o vento bate a porta e sussurra
Que há páginas vazias e outras mal escritas
Há chaves que abrem e outras que fecham.