MINHAS VERDADES

MINHAS VERDADES

 

Quando a esperança se esvai,

Ninguém espera pelo epílogo,

E, às vezes, se borra e cai,

Pois é dor no rim ou fígado.

 

Sem saúde e sem mais amigos,

O que resta para um sofredor?

E conviver só entre inimigos,

Não é sorte pra um sonhador.

 

Nossa fé é testada ao acaso,

E mistura tristeza e alegria,

Mas há quem não sabe do ocaso,

Que seja só viver na agonia.

 

Existe a valentia de ocasião,

No erro de acharem-se fortes,

Mas não queiram minha opinião,

Pois não lhes darei suporte.

 

Digo a todos das minhas verdades,

Que são frutos do meu sofrimento,

Que não andem com tais vaidades,

Pois haverão os dias de lamento.

 

Quem se acha melhor que o outro,

Vai um dia acordar sem ter fala,

E se for num certame de escrotos,

Talvez não me dirá que foi bala.

 

Me disseram que armas são boas,

Mas lhes disse: - armas só matam!

Não constroem, pois furam canoas,

E no fundo do mar nos descartam.

 

Todo bem é a paz que constrói,

E educa para o bom uso do lar,

Ou propõe o cuidar quando dói,

A servir quem aqui vem morar.

 

É melhor viver sem carapuças,

Sabendo quem são os vizinhos,

Ou viver sem temer cara e fuça,

E colher flores sem os espinhos.