Uma história de amor

Doce era o tempo

Em que me perdia em pensamentos

Sorria sozinha

Por tanta alegria

Do amor que eu sentia

Inocência de menina

Primeiro amor

Primeira vez que acreditou

Coração no peito disparado

Contava cada segundo

Pelo momento aguardado

Era pouco mas muito se fazia

Era diferente mas era o que eu tinha

E nos sonhos eu encontrava

E assim planejava

Olhava o céu é só enxergava

Lua

Estrelas

Era tanta beleza

A alma era pura leveza

E sonhando eu continuava

Não vi as negras nuvens

Que se aproximavam

Formando a tempestade

E meu olhar fazendo enturvecer

As cores desbotaram

O olhar não mais viu o céu

Nem lua

Nem estrelas

Nada mais vislumbraram

Só as negras nuvens

Que tudo tomaram

Meus sonhos hoje

São feitos de lágrimas

Outros de uma grande saudade

E minha realidade

Na cara me esfrega

Por pura maldade

A grande verdade

O meu primeiro amor

Voou para longe

Me deixando à mercê

Dessa amarga dor

Quisera eu também ter partido

Poder no agora ter conseguido

Fechar os olhos, mesmo úmidos

E no esfriar do coração

Não sentir mais dor, nem ter ilusão

Deixar-me tomar

Devagarzinho

Pelo meu esvaziar

E, de olhos fechados

Ver a vida partindo

Outro caminho seguindo

E se puder te dizer

Até ontem eu acreditei

Que essas nuvens

Um vento as dissipariam

Mas, olhando hoje

Acreditar seria um negar

Da verdade que se faz

Esperar pelo que jaz

Em um túmulo bem vedado

Onde o amor foi enterrado

Resta-me velá-lo

Chorar sobre esse túmulo

Levar-lhe brancas flores

Jurar-lhe meu amor

Pelo tempo que for

Até que desça eu

Ao reino de Hades

E nessa terra more

Esse meu corpo de agora

Que chora enquanto lhe arde

Tanto amor sem ter a quem dar

E por isso só chora

Sinto tanta saudade

Do meu primeiro amor

Do único amor

Que foi tudo que ficou

De uma história

Que era uma história de amor

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 20/09/2023
Código do texto: T7890377
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