OLHANDO O SOL

OLHANDO O SOL

 

Há dias em que estamos cansados,

Mesmo assim há o dia e a noite,

Como as lutas num piso encerado,

E os balanços dentro de um bote.

 

Se há calmaria ou são furacões,

Só o trajeto e o vento me dirão,

Ou se derrapo subindo vulcões,

E caio no abismo de uma ilusão.

 

Eu sei que devemos nos ajudar,

Porque sozinhos não há estrada,

Como não adianta se imolar,

Quando erramos e tudo é nada.

 

Mas ainda vale a pena sonhar,

Se há planetas que não conheço,

E eu procuro no céu e no mar,

Seus modos de luz e me aqueço.

 

Dizem que não tenho mais Plutão,

Mas na cintura de Kuiper estou,

E vejo de lá as luas e o chão,

Em cada lugar que me encantou.

 

Olhando o Sol, me vi asteróide,

E logo vendi os anéis de Saturno,

E tive o meu corpo de andróide,

Como sacrifício em modo absurdo.

 

No espelho do tempo eu gritei,

Pra Titã me mostrar todo a Zeus,

Que gravita com um senso de lei,

E bem sabe eu ser um Prometeus.