Febre de amor

Percorre o meu corpo

Um arrepio louco

Que o faz tremer

É tomado por uma febre

Que o sangue ferve

E alucinações faz ter

Nos momentos que essa cede

Volto a consciência

E por tudo vivido

Chego a perguntar pra que

Pois quando alucino

Saio desse mundo

E consigo esquecer

Tudo que me falta

Essa dor na alma

Que nada aplaca

E somente essa febre

Me faz por um momento

Viver em outro tempo

Onde nada faz doer

E escuto bem baixinho

O piar de um passarinho

Que lá no seu ninho

Tem amor e carinho

E nos primeiros pios

Aprende a viver

Com toda liberdade

E o ouvindo lembro

Que nunca tive um ninho

E isso é dor que consome

E só com a febre some

Só com a febre sonho

Os sonhos mais lindos

Onde os meus caminhos

Não possuem espinhos

O amor não é parco

E meu sorrir é farto

Nesses momentos febris de sonhos

Não existe abandono

Não sou sozinha

Minha alma é cheia

De todas as coisas

Que fazem as pessoas

Amadas sentirem ser

O meu mundo é lindo

Perfumado e florido

As palavras a mim ditas

São sempre as mais bonitas

Em febril delirar

Sinto ser por quem amo

Também amada ser

São deliriosas as noites

Madrugadas e dias

É um sentir delirante

Um mundo que nasce

Na febre que arde

Tudo eu sei ser

Mas prefiro a febre

Do que nada ter

Pertencer consciente

A um mundo vazio

Onde nem arrepios

Me faça ter

Se isso é ser louca

Me deixe assim ser

Prefiro estar louca pela febre

Do que consciente a sofrer

Na loucura febril

Posso dizer ser

Ao menos assim

Eu fui feliz

E se depois eu morrer

Nessa febre ardente

Partirei sorrindo

Por poder dizer

Que a morte me levou

Sem nenhuma dor

Enquanto alucinava e vivia o amor

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 08/09/2023
Código do texto: T7881090
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