Menina, moça, mulher

Em vestes de outro tempo

Longas saias

Cabelos longos

Abandonados ao vento

Pés descalços

Caminho de pedras

Não perdida

Mas desencontrada

Caminhante na vida

Na mente sonhos

Ou utopia

Conto sem fada

Mas de pura poesia

Vida sem flores

Sem muito perfume

Mas se encanta

Com o vagalume

Olhos brilhantes

Que sempre adiante

Crer no encontro

Que trará até ela

A valiosidade que a felicidade traz

Errante menina

Que o tempo ensina

Mas cujo coração

Rejeita a eterna solidão

E acredita ela

Que um outro tempo

Essa solitude

Em poeira se fará

E segurando a saia

Mesmo tendo lágrimas a rolar

Na face um sorriso

Assim, meio tímido

Teima em colocar

Para que teu rosto

Esteja desse jeito

Tendo-o por enfeite

E continua a sonhar

É menina

É mulher

É criança

É uma pessoa romântica

Mesmo nas intempéries da vida

Continua a acreditar

Carrega tristezas

Bordadas na saia

Mas teima faceira

No amor buscar

As flores mais lindas

De inigualável perfume

Para enfeitar o lar

Que no fim do caminho de pedras

Essa dama de outra época

Construirá com o teu par

Terão lindos canteiros

Cheios de lírios brancos

E um grande gramado

Para teus filhos brincarem

Sujando os pezinhos

Que se farão lavar

Dentro de uma bacia

De morna água

Onde ainda brincando

Farão o chão molhar

Bagunça gostosa

De uma vida sonhada

Que essa menina

Vendo tudo em volta

Apenas rirá

Não será mais sozinha

O caminho será macio

Estará em seu lar

Onde o amor dos seus sonhos

Sempre abrirá

Os teus longos braços

Para a aconchegar

Por ser esse seu sonho

Nesse ou noutro tempo

Se seus pés agora sangram

Ela segue por acreditar

Que um dia o amor

A encontrará

Então a menina

A moça de outrora

Mulher de agora

Com suas roupas de outro tempo

Saias longas bordadas de tristeza

Sorri

E diz que um dia será feliz

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 04/09/2023
Código do texto: T7878063
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