Tempestades
Em algum tempo
Foi decidido o teu destino
Não disseram à ela
Que enfrentaria infinitos temporais
Pensava serem momentos
Que em algum tempo
A calmaria surgiria
E assim ela veria
O nascer tranquilo de um novo dia
E seguiu assim sonhando
Esse tempo aguardando
Cada temporal enfrentando
E esse era seu foco
Escapar dos temporais
Enquanto disso ia cuidando
Da embarcação se esquecia
E por muito tempo
Águas revoltas
Fortes ventos
A embarcação foi corroendo
Até que de repente
Ao olhar mais atenta
Viu que não era o que importava
Onde, até ali, teu olhar pousava
As tempestades eram fortes
Mas mais forte teria que ser
A embarcação que a tinha
Pois de nada valeria saber
Enfrentar os temporais
Se a embarcação jazia
No profundo mar
E por assim ter percebido
Passou ela a fazer
O que antes não sabia
E dá embarcação passou a cuidar
Sem deixar de observar
As tempestades da sua vida
Mas agora às enfrentava
Com a embarcação fortalecida
Com cuidado no olhar
Isso não impedia
De surgirem novos temporais
Nem te garantia
Que a embarcação chegaria
Inteira no cais
Mas ela esperava e por isso cuidava
De nada a afundar
Pois sabia ela
Que do fundo do mar
Nada a resgataria
Nunca mais ela veria
No horizonte o sol raiar
Ou uma lua gigante
Reluzindo nas águas do mar
E era só o que ela queria
Nada mais esperava
Havia compreendido
A missão que a havia trazido
Até aquela embarcação
Até aquele mar
E todas as tempestades
E agora seguia
Para chegar até o dia
De poder desembarcar
E assim, em terra firme, descansar