Devaneios
Habitar na solidão
Ao contrário do que dizem
Não é feito por escolha
Não há um só coração
Que não voe em sonhos
De ter o amor de alguém
Devaneios de uma vida
Nas mãos do destino reprimida
Enquanto o coração voa
Sonha com uma pessoa
Os ventos do tempo
A levam por outros sonhos
Nesse desencontro
As sombras se entremeiam
Causado desencanto
Quem fica chora
Implora por um momento
Mas são tão fortes os ventos
Que o outro nem ouve o eco
Segue noutro momento
Assim quem fica cai
No abraço da solidão
Em lágrimas se esvai
Em gélido sofrimento
Descobre inverdades
Escritas nos velhos contos
Onde dizem que amar não dói
E ser um frenesi de sentimentos
Onde as borboletas
Voam faceiras
Pelo estômago que frio
Congela frente a pessoa
Mas pra quem sozinho ficou
E do amor se tornou
Uma prisioneira
Não é essa toda verdade
Há amor que fere e faz doer
Há amor que não se compartilha
Há amor que faz sofrer
E sei que haverá quem diga
Que desse amor o tempo finda
Porém não sei também
Ser essa outra verdade
Por sentir esse amor
Ainda inteiro
Não nem na metade
E a grande verdade
É que se a mim fosse possível
Eu pediria
Pra que tu me salvasse
Me concedesse a felicidade
Arrebentasse essas grades
Que me tiram a liberdade
De poder estar
Onde meu coração deseja morar
Gritaria alto e forte
Para que retornasse
Me devolvesse os sonhos
E toda minha capacidade
De sorrir por inteiro
Sem mais lágrimas derramar
Louca...
Sei que dirás
E por isso te peço
Salva-me de mim
Salva-me dessa dor
Salva-me da loucura
Liberta-me desse amor Livra-me deste querer-te
Me ajude a te esquecer
Sai-me dos pensamentos
Estou enlouquecendo
Por amar-te tanto
E saber que não há mais tempo
Nem queres amor por mim ter
Ajuda-me a livrar-me dessa loucura
Ou me prenda de uma vez
Nesse teu coração que amo
E nunca mais me deixe viver
Largada nesse abandono