Calado na Boca do Tempo Fico calado vendo o tempo atento Ele bate a porta e trás o vento Vem o mar salgado e salga as lembranças Toca em teu corpo e trás esperanças E diz o mar aos meus ouvidos Quem toca no corpo dela sou eu amigo. Continuo mudo e molhado de saudade O tempo bate a porta de forma covarde O mar toca teu corpo e vem a sussurrar Diz aos ouvidos em espumas a flutuar Quem toca no corpo dela sou eu amigo. Toda essa cidade e sua Veneza Nelas me entrego coberto de certeza Esquecer de ti jamais, Fico a olhar sobre o negro véu E vejo-me a brilhar no luar do teu céu. Quando fico acesso no quarto escuro O mar entra nos sonhos e me deixa impuro, Entrego-me a noite e nela te desperto. Fico calado vendo o tempo de perto.