Noites e noites
Enquanto o corpo arde em febre
Com dores cortantes
O leito é castigo
Não permite o descanso
Cada segundo uma dor
Outra vez o corpo se revira
Pra logo em seguida
Gemer de dor
A noite passa lenta
Apreciando a agonia
Entre delírios e dores
Surge o amanhecer do dia
As forças se esvaíram
Em cada segundo dessa noite
E para erguer o corpo
Que precisa mexer-se
Junto as últimas forças
Me segurando nas coisas
E tirá-lo do leito
Mesmo tendo no peito
Nenhuma vontade de fazer
Sigo então sozinha
Na mesma febre que alucina
Para que sob a água
Consiga fazer descer
E depois possa ter força
Para fazê-lo comer
Mas dói-me cada parte
E já nem sou capaz
Nem vontade tenho mais
Então volto para cama
Onde o cansaço vence
E depois de tantas noites
O meu corpo se permite
Fechar os olhos
Ficar imóvel
Se entregar ao adormecer
Não que a febre
Ou as dores
Já não sinta mais
Mas depois de tudo
Já não aguenta mais