O QUE QUERO

O QUE QUERO

 

Escolhendo o que ver, nada vejo,

Se na busca por ser, nada sou,

E filtrando o veneno do queijo,

Serei copo de leite que coalhou.

 

Se ando na floresta vejo madeira,

E se penso em fogueira, São João,

Mas se vejo bichos na clareira,

Penso em churrasco ou diversão.

 

Só vejo o que quero e me serve,

Pois o resto é sombra do tempo,

Por isso não são carros no derby,

Porque são os cavalos ao vento.

 

Montando em potros noite adentro,

Não tenho respeito com o natural,

Pois na noite fui feito rebento,

Enquanto de dia talvez o animal.

 

Se estou na caverna sou recluso,

Ou vejo o passado como saudade,

E fico a achar que tudo que uso,

É mais do que creio como verdade.

 

São tantas mensagens nas sombras,

Que fico a pensar no que é real,

E são velhos sonhos que assombram,

Ou traumas da vida de um general.

 

Se vives em guerra sem querer paz,

Como será o futuro da humanidade?

Por isso eu olho o que a China faz,

Sem guerra e criando prosperidade.

 

Quem vive a guerra não quer amor,

E Cristo nos disse: - Não, Talião!

Pois só assim venceremos a dor,

Se ainda podemos dividir o pão.

 

Quem sabe o futuro não seja cruel,

Onde o exemplo reúne e partilha,

Porque ter amigos é como o mel,

Que cura e alimenta uma família.