Permita
Um corpo quase sem força
Largado entre lençóis
Nas veias agulhas enfiadas
No peito um corpo estranho
Misturado a carne que sangra
Entre tantos entra e sai
Nenhuma figura me atrai
Cada um que entra
A dor me traz
Nenhum que sai
Alivia a dor que se faz
Respiro fatigada
Respirar me cansa mais
Mas das dores que sinto
A tua ausência é a que dói mais
E para ela não tem agulha
Cateter ou mistura
Que dela se desfaz
Sinto saudades tuas
Do olhar verde que antes
Brilhava mais que a estrela
Sinaleira dos navegantes
Era teu olhar minha estrela
O que a mim guiava
Agora já não sei mais
A direção que tomo
Pois nada me satisfaz
Meu coração enfraquecido
Bate completamente perdido
Em um descompasso que nem o sinto
Se bate ou se já não o faz
Apenas meus pensamentos
Voam livre com o vento
Buscando no passado
Um pouco de algo bom
Bálsamo para um viver
Que está a padecer
Tenho comigo guardado
O abraço que te quero dar
De um jeito bem apertado
Que não esquerá jamais
Meu amor hoje é calmaria
Não teme nada mais
Tudo que eu temia
Fez minha vida mais vazia
Por isso agora sigo
Levo comigo o que sinto
Sem esperar por mais
Sou como a poesia
Que deve ser sentida
Com a calma e alma serena
Sentindo cada rima
O sentimento que imprime
Enquanto a voz que lê
Engasga por perceber
Todo sentimento que ela traz
Pode ser que te seja tardia
As palavras dessa poesia
Seja nesse momento
Apenas uma brisa
Que nem ocupa teus pensamentos
Mas não importa
As palavras irão dizer
Em cada verso que ler
Que sei que não me amas
Mas eu amo você
Então permita que meus pensamentos
Te anunciem meus sentimentos
Até que já não mais possa ser