Poeira

Na insônia de minhas noites

Em pensamentos me perco

Os olhos fixados

Nas lembranças de um passado

Em cada memória

Um pouquinho da minha história

Em meio aos pensamentos

Já num quase devaneio

Vou compondo em palavras

Minha rota de fuga

Dando alívio as lágrimas

Que nesse tempo não cessam

São águas de um rio que não secam

Correntezas de sentimentos

Que não param um só momento

Mesmo em meio as pedras

Batem, explodem, seguem

Ganham mais força

Carregam o que forem capaz

Não se importam com o que deixam para trás

Enquanto sigo nessas águas

Entre tudo colido

E na dor que me traz

Tento proteger-me mais

Por vezes afundo

Num quase afogar

Mas por instinto

Volto a buscar

A rota que tracei

Para disso escapar

Mantenho minha mente

Atenta ao que vem pela frente

Isso não me garante

Sair sem uma lesão

Mas certamente

Terei dor em menor proporção

Até que em águas calmas

Meu corpo se encontre

E forças eu tenha

Para tirá-lo então

Levando-o à margem

Onde a tranquilidade

Possa entrar na alma

E com calma

Eu descanse desse turbilhão

Entre flores perfumadas

Enquanto sou preparada

Para uma outra jornada

Onde agora eu seja

Apenas uma poeira

Levada pelo vento

Voando livre entre os campos

Leve e serena

Sem mais pensamentos

Dor e sentimentos

Apenas uma poeira

Livre que vagueia

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 09/08/2023
Código do texto: T7856916
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