Corpo em Abandonado 

 

Não levo o corpo para as folhas em branco,

Ele está cansado demais, num enrosco

E a alma essa tem saído sem rumo,

Voraz e esfomeada a se deitar sem prumo

Encostada nos cumes do mundo.

 

Não há amarras para o que está solto,

Não há se não uma visão tosca de projeto,

Não, não há projeto no insano agora,

Na confusa tarde que há lá fora.

Há  uma esperança desbotada ao lado

À espera do lacrimal ter passado. 

 

Num rompante irá a alma as páginas,

As telas, nos versos e folhetins em línguas,

Irão nos lábios, nos dorsos ardentes adornar  

E na tez enrugada da saudade do verbo amar.