Perdida
Faz pouco tempo
E no silêncio
Dolorido
Onde as palavras se transformam
Em espinhos que cortam
Por quererem sair
E não terem para onde ir
Descobri que me matou
Sorrateiro colocou
O silêncio por inteiro
Te confesso, profundo me feriu
Sangrou
Mas como um moribundo
Senti e guardei em mim
As palavras e a dor
Não havia nada
Uma razão
Então fiquei calada
Me arrastando
Morta e cansada
Foi um tempo de introspecção
Sentimentos misturados
Amor e dor traziam
Só não mais sentia
A ilusão de alegria
Lembranças das palavras
Onde me dizia
Que tudo era pra sempre
Que medo não sentia
Porém, nesse instante
Em que a morte fez presença
Das palavras que dizia
Nenhuma mais existia
Enquanto em mim ardia
Vivendo em agonia
Tudo que eu te dizia
Também disse certo dia
Que quem amava
Não prendia
Hoje eu te digo
Não terás de mim correntes
És livre pra voar
Sei que não existo
No teu peito a morar
Mas fique tranquilo
Nunca tentarei nem arrancar
Uma pena de tuas asas
Para te tentar pousar
Pois amo como o infinito
E comigo esse amor irá morar
Trancado no meu peito
Ou eternizado no versar
Mas nunca te será dito
Nada chegará ao teu ouvido
És livre e livre ficará
Meu caminho agora eu sigo
Levando junto comigo
As lembranças sem esperança
E lágrimas a rolar
A saudade de uma história
Que nunca o fim a concluirá
E quando em meu leito
A morte me vier buscar
Ela receberá
Meu sorriso de satisfação
E minha mão para ajudar