NÃO... SER HUMANO

NÃO... SER HUMANO

 

Eu não posso impedir o sol raiar,

Mas Andrômeda está mais próxima,

E está chegando à mesa de jantar,

Onde o prato será mais que prosa.

 

Ela vai engolir toda Via Láctea,

Como já fez igual em outro lugar,

E será um dia de peito e estaca,

Ou, como Drácula, em minha jugular.

 

Todo sangue de estrela que tenho,

Servirá de alimento em Andrômeda,

E dirá ao futuro o que é convênio,

Pois o Cosmo quer minha encomenda.

 

E se foi realmente só uma compra,

O que será de mim, mero comprador,

Sem destino, como terá a lontra,

Que viveu, mas sofreu sem pudor.

 

Tudo aqui foi caçada e guerras,

Sem coragem de amar e conviver,

Se elegemos inimigas as serras,

Só porque são difíceis de vender.

 

Ser humano vende a alma e o dia,

Quem dirás o que tem a natureza,

Mas não vê que não haverá alegria,

Se não for um dia por gentileza.

 

Matar e destruir pode dar prazer,

Mas a virtude está em edificar,

E também no servir e no oferecer,

Quando alguém com amor suspirar.