Pranto oculto

Por suas estrelas,

a noite é linda,

e a escuridão que

não se vê

é pranto oculto,

latejante,

vulto

que dói profundo.

Escala o mundo

… em vão.

É a estrela mais distante,

entalada na memória

e no semblante.

É como verso acabado

de amor sem amantes.

E a que brilha

é como a velha música

em notas da trilha,

algo grande que antes havia

e não há mais.

Por todas elas

a noite…

Às vezes escura,

às vezes bela.

É como a vida:

- Eterna espera.

(Do livro Abstratos poéticos)