A Roer o Futuro

 

Uma inquietude me resvala agora,

Estremeço na inerte vida.

Parece que caibo em outras sofridas,

Histórias que faço das dores sentidas.

 

No par das horas, no berço da vida

Escorrega a essência de toda vivida,

Um sussurro espreita a intensa lida,

São várias emoções perdidas.

 

A nostalgia acelera os anos,

Sento no tempo a roer o futuro

Chamo o ontem e junto ao dia puro

E encontro beleza no anteontem.

 

Deixo o confuso sabor das misturas fúteis

E sigo na busca pertinente dos dias úteis

Em que me pego a pintar outro quadro.