Da janela
Da janela tenho visto
Tantas coisas e aprendido
Do crepúsculo à aurora
A vida segue em cada hora
Entre o caminhar
Devagar
Ou o depressa andar
Os motivos determinam
Como cada um fará
Até mesmo os passarinhos
Tem o seu voar
Voam rapidinho
Ou passeiam pelo ar
E assim tenho percebido
Que a vida é um passar
Rápido ou devagar
Depende da razão que a faz continuar
Da janela também vi
Entre luz e escuridão
Faz parte dessa vida
As lágrimas sofridas
A dor
A solidão
Mas há quem viva
Caminho de sorrisos
Alegria
Satisfação
Cada um carrega consigo
E sabe o que com ele faz
Vi dessa janela
Sorrisos disfarçados
Que no intervalo revelaram
A dor que ocultaram
Ouvi bocas mentindo
Ainda sorrindo
Tentando enganar
O que estava sentindo
Vi olhares sorrindo
Pelo que estavam ouvindo
Ou vendo em algum lugar
Não só dessa janela
Mas também da janela que a vida dá
Aprendi que a vida bate
E bate sem avisar
Não importa qual seja o tempo
Se iluminado ou chuvoso
Não importa em que tempo
Em que idade você está
Aprendi nessas janelas
A tudo esperar
E não é verdade
Que o tempo faz apagar
Pois sei por ter vivido
Sei por ter sentido
Sempre existirá
Uma lembrança ou saudade
Que em alguma janela recordará
E existem as eternas
Janela que nunca se fechará
Serão sempre abertas
E dela sairão
Todos os sentimentos
Juntinho com a solidão
O que se aprende
É viver com cada dor
Se foi amor vivido
Lembranças, perfume de flor
Do contrário, só a dor
Da janela tenho visto
Entre a crepúsculo e a aurora
A vida não se importa
Passa sempre lá fora
Não segue o ritmo do coração
Mesmo pra quem vive escuridão