Tela Fria

 

A tua luz me liberta nas noites enigmáticas

Em que pinto o cenário com tinta fresca.

Os pincéis correm por caminhos íngremes

A serem percorridos por caminhos livres.

 

 Na tela fria procuro pintar teu corpo negro,

O alazão e a lua azul.

Esplêndido é o indomável animal que partiu

Da serra do Mulungu para as terras dos espigões.

 

 Ao cair da tarde a ausência do fogão de lenha,

A vista da montanha do sabugi foram deixadas

Pra trás, longe do alcance dos olhos negros.

A distância foi focada no imaginário.

 

Coloco na tela fria a fumaça do café quente,

As lutas de raízes e os sentimentos aguçados.

O fogão de lenha mantém a chama da tela fria

Que vive a chamar para reviver o passado.