Brisa encantada
Quisera eu estar
Ao alcance da tua figura
Mesmo que não me visse
Mas que eu o pudesse olhar
Contemplar teus cabelos
Sob a luz do luar
Enquanto uma brisa
Os movimentassem no ar
Trazendo até mim
O perfume que deixaram voar
Ver tuas mãos serenas
Tocando-os para realinhar
Cada fio que com a brisa
Saiu do lugar
E nesse espaço de tempo
O pudesse contemplar
Sorrindo por sentir no vento
Meu carinho a te tocar
Enquanto caminhava
Eu pudesse observar
A suavidade da passada
Que sem pressa pra chegar
Continuava na calçada
Mesmo não vendo nada
Me tivesse a lembrar
E eu embasbacado
Quase petrificada
Somente por te olhar
Sem dizer uma palavra
Pois tudo dito já estava
Na brisa a te tocar
Te veria prosseguir
Teu caminho seguir
E mesmo com uma lágrima
Estaria a sorrir
Só por ter tido um instante
E olhar você
E quando já distante
Guardaria teu perfume
Teu sorriso
O teu ser
No meu peito, bem seguro
Para jamais esquecer
Ficaria ali parada
Até tua figura desaparecer
E eu não visse mais nada
Nem teu perfume
Pudesse perceber
Depois eu seguiria
Com um pouquinho de você