A INFINITUDE DO MAL

A INFINITUDE DO MAL

 

Ouvir é mais sábio que falar,

Pois falar vem com as emoções,

E a adrenalina no faz brigar,

Ou discutir até sem ter razões.

 

Quase sempre enganamos nós mesmos,

Por querer fazer valer nosso credo,

E vivemos como bichos sem dedos,

Pois sinceridade não serve de teto.

 

Ser humano é ter responsabilidades,

Porque, sendo ágeis, somos revolta,

Como ditados que dizem as verdades,

Na oportunidade perdida e sem volta.

 

No mundo vejo a infinitude do mal,

Pois uns querem mais do que outros,

Sem se importarem com areia e sal,

E vão construindo a casa dos lobos.

 

Nessa voracidade não temos irmãos,

Só temos contrários e submetidos,

Enquanto o vento não pede perdão,

Pois somos apenas olhos de vidro.

 

Não enxergamos qualquer solução,

Apenas pescamos e sujamos a água,

Vivemos os dias da extrema-unção,

E sempre nos sobram ódio e mágoa.

 

Nunca foi fácil ter perna e braço,

Porque queremos andar e pegar,

Com a gula que prende com o laço,

E pune quem nada quer guardar.

 

Vivemos com a ânsia de pertencer,

Mas queremos mesmo é conquistar,

Sem saber que tudo deixa de ser,

No dia em que nossa vida acabar.

 

Somente haverá futuro na memória,

Se ainda houver alguém no caminho,

Mas pensem no que deveremos fazer,

Pra não merecer a dor de um espinho.