Sua melodia
Pensamentos me transportam
À lugares que nunca fui
São como sonhos
Que acordada flui
Formas fracassadas
De esquecer o que me possui
Acordada sigo enebriada
Tropeçando entre fardos
Espalhados no caminho
Nos sonhos acordada
Me vejo em um prado
Sob a sombra de uma árvore
Onde sempre me escondo
Mas sou sempre despertada
Pela poeira do vento lançada
E meus olhos já inchados
Se fecham torturados
Cegados por um passado
De que não sobrou mais nada
São como as cordas do violino
Tocado por secos pêlos
Sem o sebo a cuidá-los
Fará um triste som
Como eu a chorar
E cá do meu caminho
Nem mais posso sonhar
Sem som
Sem violino
Nada resta para esperar
Por isso o silêncio
É o melhor lugar
De quem ama
Mas amado não será
Sons desafinados
Nada podem conquistar
Então eu e o violino
Ficaremos nesse lugar
E se ouvires qualquer som
Somos os dois a chorar
Abraçados um ao outro
Mas sem te incomodar
E quem sabe, algum dia
Possamos ser a melodia
Do teu amor que surgirá
Mesmo em agonia
Ofertaremos nosso cantar