O SERVO

O SERVO

 

Liberdade somente não vale,

Porque fome e sede é prisão,

Ou quem mata e diz que me cale,

Não é gente e não tem perdão.

 

A ganância de ter sem partilha,

É defeito e não quer um irmão,

Quer o servo por cão de matilha,

Com coleira e as patas no chão.

 

Se esse servo clama, descartam,

Ou torturam para que se modele,

Cortam sua garganta e salgam,

Pois o seu quintal é sua pele.

 

Esse escravo do sol e da noite,

Não tem direito pelo que é feito,

E após o sol lhes dão o açoite,

Para que lembre não ser aceito.

 

E assim, lhes usam e escarnecem,

E dizem que morrerão como animais,

Pois no morro verão que padecem,

Se esses patrões são marginais.

 

Tudo pode ocorrer sem ter regra,

Mas as consequências são certas,

Por isso, saiba o que entrega,

Para Deus recebê-lo com festas.