O Vulto do Outro Lado da Rua Abri as cortinas como a rasgar o verbo As vidraças embasadas não deixou ver o outro lado da rua. Há um poste iluminado, um cartaz nas retinas, Nada vi, será essa então a minha sina? Logo muda o tempo e cai uma forte chuva As vidraças agora choram por não ver a face impura. Um vazio mareia os olhos pela janela turva, Um vulto se distancia como a perder as curvas. A noite foi chegando e no fechar das cortinas Fechou-se também os olhos para não olhar a esquina. A estranha criatura que ontem me fez amar, Hoje embasa a vidraça e ofusca com um Raio do olhar.