Como seria
Na penumbra do meu quarto
Vislumbrei por uma fresta
Um faixo de luz
Que brincava sem modéstia
Refletindo cores
Em sutis movimentos
Registrados nesse fragmento
Nesse instante minha mente
Voou sem perceber
Entre tempos esquecidos
Memórias do meu crescer
Veio de volta
Nessas memórias
Medos e sonhos que me vi viver
Nesse instante registrado
Na luz desse pequeno espaço
Me vi reviver
A saudade do que não tive
As respostas que tanto quis ter
A chegada esperada
O abraço a me envolver
E sem perceber
Meus olhos se transformaram
Em um rio a verter
Suas águas incontroláveis
Por voltar a entender
Enquanto a penumbra era vencida
Pela luz que invadia
Cada espaço que podia
Do meu quarto
Da minha cama fria
Mais doía minha alma
Mais lágrimas desciam
E por breve instante
Mil outras perguntas eu me fazia
Na mente repetia
Como seria
Se teu amor fosse meu
Se eu fosse tua poesia
Se teu assovio fosse o que me descrevia
Se o sorriso ao despertar
Fosse por de mim lembrar
Se eu fosse pra você
Teu amor tão esperado
Se eu fosse a tua paz
A calma que te faz
Se eu fosse o teu porto
Teu desejo de ficar
O lugar para morar
Se eu fosse tua palavras nuas
Impedindo segredos
Se eu fosse a surpresa
Que te enche a alma
E segura na palma
Se eu fosse o encontro
Do que um dia foi teu sonho
Me pergunto nesse plano
Enquanto a penumbra se faz dia
E a vida traz à superfície
Tudo que ninguém disse
Onde sob a luz
Agora tudo jaz