OFEGÂNCIAS
Antes mesmo
do tempo das sentenças
teus olhos me inquiriam
eu já os queria:
espelho das águas
imersos na imensidão
dos desejos cristalinos,
opacas apenas eram
as formas de não te amar
E dos teus olhos
emergiram teu ventre
em fecundações e
inundações das
formas de me afogar.
Náufrago
fiquei
para sobreviver
tão somente
em tuas profundezas
não relutei em voltar,
não havia mais,
superfície
nem superficialidades,
tudo era de uma infinitude singular.
Não havia nem mesmo
atmosfera,
apenas a soma das nossas
respirações febris,
... e das terapêuticas ofegâncias.