Amor platônico
Lento passa o tempo
Cada nota da triste melodia
É sentida com o vento
Que sereno
Quase como em preguiça
Carrega cada nota
Espremendo nos ouvidos
O que não mas faz sentido
Faz sangrar
E os pensamentos
Agora com os ventos
Voam pra outro lugar
Revoada de sentimentos
Dor que faz delirar
Os olhos não veem nada
Enxergam o que não está
Os cabelos se agitam
A pele a arrepiar
Compele o coração
À acelerar
Ventania avaçaladora
Tira tudo do lugar
E o que antes adormecido
Acordado agora está
Nesse redemoinho
Os dias se põem a passar
Pouco a pouco o coração
Começa a se acalmar
Entendendo nesse dilema
Que o descompasso
Não ajuda a melhorar
A falta do teu abraço
A saudade de te olhar
Tudo que hoje sinto
Não posso mais desejar
Digo e não minto
Só te tenho no meu sonhar
O final de cada tarde
Me chega com pesar
São as marcas de outro dia
De uma vida vazia
Sem nada esperar
Na eternidade das palavras
Espero que possa estar
Expressando o que sinto
Pra um dia, lendo
Possa se lembrar
Dessa que um dia
Viveu por te amar
Sei que nesse tempo
Do meu amor desdenhará
Não te ocupo os pensamentos
Nem me queres olhar
E esse amor platônico
Irá me acompanhar
Mesmo sendo irônico
Todo o meu caminhar
E se densas nuvens
Também podem chegar
Molhando-me inteira
Só posso me agradar
É disfarce perfeito
Pra dor que trago no peito
E assim posso chorar
Misturando lágrimas e pingos
Dessa chuva a lavar
Minha alma amargurada
Desse eterno pesar
Mas quando enfim você lembrar
Ao menos uma certeza terá
Foi amado loucamente
E, se viva, amado ainda será