Desertos dos meus caminhos

Caminho nas areias do deserto

Em insalubre condição

Passos inseguros

Perdida, sem direção

Sinto na garganta a secura

De quem o medo toma

Sem os sonhos de menina

Doença que não tem cura

Entre norte ou sul

Existe um tanto faz

Carrego a minha cruz

Nada me satisfaz

O corpo já não suporta

A mente já o trai

Alucinações me acompanham

Enquanto tudo se vai

Já nem sei da realidade

Ou do que foi real

Sigo fora da temporalidade

Tudo é fatal

Caminho sem rumo

O oásis não creio haver

Faz tanto tempo

Nunca o pude ver

As águas que conheço

Transbordam do rio em mim

Vertem dos meus olhos

Nas lembranças desse fim

Garganta arranha da sucura

Da tristeza que a tortura

Pois nem esse deserto

Seca o que há em mim

Os ventos que trazem as areias

Os meus olhos não deixam ver

Mas até agradeço, pois não vejo você

E nesse caminho de areia

Voltar não posso mais

As pegadas se apagaram

Não há um marco atrás

Por louca e perdida estar

Em meio a esse desabar

Minha mente insana

Ainda se põe a sonhar

Mas não se assuste

No pouquinho de razão

Que se preserva nesse dilema

O sonho se desfaz como alucinação

E nada mais

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 09/07/2023
Código do texto: T7832968
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