Insistência
Se me revelo perdida,
Se te pergunto o caminho,
Diz-me as escondidas,
Falas-me das rochas
Dos ventos dos moinhos
Que mortificam o meu corpo
E das montanhas eu ouço
O ranger de dentes tortos
Vertentes águas mortas
Que galopam dos rios;
Enquanto para o céu olho
E vejo nuvens que coroam
Paisagens de uma história. Contas de pingos d'água
Que a noite geme nas fendas
Enquanto as lágrimas efêmeras
Misturam-se as penas
De quem nada compreende.
E, se mesmo assim quero ir,
Dizes que os meus passos
Não te encontrariam
Se perderiam nas sombras
Das direções vazias
E nessa insanidade
Insisto em seguir
Se não encontrar nada
Tive razões para ir
E mesmo sendo devaneio
Uma pergunta fica em mim
Se não me amas,
Porque me avisas assim?