A COGNIÇÃO E A VÍTIMA

A COGNIÇÃO E A VÍTIMA

 

Só enxergar o que entendemos,

Seria uma versão da teoria grega,

Pois ver sem saber o que vemos,

É ser aleijado em meio à refrega.

 

A cognição de um povo o define,

Se é pela cultura que se modela,

Pois reporta os gestos e o filme,

Que se imprime em nossas janelas.

 

São por essas janelas os palcos,

Onde a vida se faz compreendida,

Bem além das fraldas com talco,

Mas, pela verdade ali construída.

 

Quando um ser humano é tosco,

É porque não busca entender,

Ou só protesta por conforto,

A querer só desfrute e poder.

 

Os seres que não se comportam,

Ou nem sabem porque conviver,

Vivem a intolerância e provocam,

As batalhas e agruras do ser.

 

Não adianta garimpar o ouro,

Se o índio não lhe dá valor,

Ou levar numa canoa o touro,

Se a piranha quer seu sabor.

 

Não devemos ler para surdos,

Nem incutir versos impróprios,

Não falemos latim para curdos,

Nem sobre carne a macrobióticos.

 

Quem não sabe o que é cátedra,

Ou do que consiste as nações,

Precisa saber a quem idolatra,

Senão será vítima de ladrões.