VELUDO CÔNCAVO
A lembrança se esforça
E quase chega lá
Histórias ouvidas vêm
O colo ainda tem a maciez
O veludo côncavo
Encaixe perfeito
Ah como é bom!
Rede de brocados
Retalhos...
Textura e cheiro
Néctar branco vital.
Amor que jorra...
O verde banha o quarto
Olhar terno ao fruto colhido
Esparrama ramas de esperança
E dança...
E o embalo vai a mil estrelas
Acorda sonhos
Sons metálicos harmoniosos
Relógio da matriz
O balanço sublime
Rabiscos em folha branca
Mão grande, mão pequena
Passos que vão lá e cá
Ante bracos estendidos
Nenhum gesto escapa
dos meandros do afago
Da ditadura da proteção
O mingau ainda está quente
E o futuro abre portas para o infinito.
A vida volta a prometer
Quem sabe dessa vez seja perene,
E os atropelos não venham estragar?
Voa pelos ares
Um aroma de eternidade
E tudo tem cor de céu outra vez
Quase...
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