Contos de fadas
Descri por um tempo
Que as palavras ditas
Se desfariam
Mas também não cri
Que tudo faria
Eram quimeras
E assim o sendo
Recôndito permanecia
Eram palavras vazias
A fragilidade do que sentia
Pouco te permitia
E no teu âmago
Pouco restou do dito amor
E quando me guardei
No silêncio observei
E a urdidura fez-se clara
Não haveriam mais palavras
Do meu erro fez motivo
Enquanto os teus apagava
Eu tola, assumi a culpa
Só depois compreendi
Macambúzia me encolhi
E em meu íntimo
Esperava por ti
As horas viraram dias
Os dias se juntaram
E semana formaram
E o tempo sendo tempo
Incólume seguiu
Cobrindo corpo e alma
Com horrípilo frio
E entre cada dia
Fui me deixando vazia
Retornando à solidão
Abandonando qualquer arroubo
Descrendo do coração
Lembro que me dizia
Que eu imagina
Um amor de conto de fadas
E serena te mostrava
Que era amor e mais nada
Tudo que de você eu esperava
E depois de tudo
Enquanto me deixava
Nem amor
Nem fadas
Só dor
E mais nada