JOVEM E PRISIONEIRO

JOVEM E PRISIONEIRO

 

Quando vivemos nossa juventude,

Achamos que somos cães libertos,

Porque fazemos, e é com atitude,

O que queremos em campo aberto.

 

Acreditamos termos liberdade,

Pois a força está entre nós,

E andando de cidade em cidade,

Vamos rompendo portas e nós.

 

Conquistamos da Grécia à Ásia,

E trocamos mercadoria e o saber,

Mas no fim pode haver eutanásia,

Se a doença não se pode vencer.

 

A história do mundo é um exemplo,

Dos jovens que vencem e dominam,

Na versão de quem ora no templo,

Ou da caça que tanto exterminam.

 

Mas se há tempo para a velhice,

Talvez seja por outra história,

Pois senão tudo vai ser mesmice,

Repetida numa senil retórica.

 

Só serão jovens pra sempre,

Todo aquele que morrer cedo,

A não ser que a vida contemple,

As virtudes, coragem e medo.

 

Eu prefiro o exemplo dos mestres,

Que buscam a paz contra a guerra,

Pois o tesouro dos veios celestes,

Eu garimpo em meus dias na Terra.

 

Essa sina de jovem e prisioneiro,

Só acaba quando chega a maturidade,

Para aqueles que buscam primeiro,

Aprender a ser bom e sem vaidade.