Trem-Bala Aqueles que me abraçam me soltam, Aqueles que me beijam me cospem, Acorrentam passos, desejos e atos. Sentenciam-me a sorte e calam. As praças das ruas me catam, Condenam aqueles que me castram. O poder de pensar me liberta, Falo e os meus ouvidos ecoam. O trem a passar me leva a bala, As estradas se despedem velozmente, Escuto o apito da chegada, amanheceu. Começarei tudo, a tempo, novamente.